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Protego

  • Foto do escritor: Tayná Vitória
    Tayná Vitória
  • 29 de dez. de 2019
  • 6 min de leitura

Atualizado: 1 de out. de 2024






Eu assisti o jornal da minha cidade. Uma mulher denunciou depois de anos de sofrimento, o marido que batia nela. Ela só denunciou porque descobriu que seu marido, junto com um amigo dele, estavam ferindo as genitálias de seus filhos, estavam estuprando as crianças quando ela não estava em casa.

Isso é um horror. É um sistema tão coercivo que a mulher só teve coragem para denunciar quando descobriu que seus filhos estavam sendo abusados sexualmente pelo próprio pai e um amigo do pai. Em que mundo estamos? Antes, séculos atrás não existia mídia para que fossem denunciadas todas essas barbaridades, antes, séculos atrás, não existia leis que visam proteger a infância, as pessoas que sofrem preconceito por sua cor ou orientação sexual, antes não existia leis que protegiam pessoas que são violentadas simplesmente por serem mulheres.

E aí, qual a proposta de intervenção que você vai escrever na sua prova de vestibular ou no ENEM? Você poria suas ideias em ação? Ajudaria a essas pessoas se as vissem em apuros? Vamos começar a colocar magia nas palavras? Vamos começar a colocar em ação nossas ideias? O que você, com as condições que possui agora, pode fazer para ajudar essas mulheres a se empoderarem? O que pode fazer para proteger essas crianças? O que pode fazer para que essa cultura sexista, que estupra crianças e mulheres, acabe? Alguns gritam: mas isso é cultural, não podemos interferir. Será?

Podemos sim. Vou utilizar um argumento cientifico já que as pessoas se impressionam mais quando fazemos citações de alguns escritores ou filósofos. Eu cito, Roberto da Matta. Ele diz, no texto "Você tem cultura?", que a cultura é um elemento plástico, passível de atualizações, mudanças. Não vivemos mais na Idade Média em que estupros, torturas, atos sexuais envolvendo crianças, eram coisas naturais. Não vivemos mais na Idade dos reis absolutistas, em que todas as classes de ominosos comportamentos eram aceitos por pessoas que não tinham voz. Não vivemos mais na época em que religiosos de todas as religiões: espírita, católica, evangélica, budista, entres outras, abusavam sexualmente de crianças e devotos e nada acontece.

Ah não, não vivemos mais nessas épocas. Todos os que têm algo a esconder odeiam que haja uma imprensa mundial conectada. Políticos corruptos, estupradores de crianças, homens covardes que querem se provar batendo em mulheres que não sabem se defender, religiosos que abusam de crianças, déspotas públicos, negligentes com o ambiente, e tantos outros tipos de prevaricadores, odeiam a mundialização das informações. Ou vocês pensam que movimentos de empoderamento de mulheres, denúncias de pedofilia no clero, de corrupção e de ditaduras em governos espalhados por vários países, aconteceram através de cartas? Com o seu celular você pode denunciar, você pode resistir ao domínio tirânico de alguém ou de algo maior sobre você. Sabemos de casos de covardia que acontecem com as mulheres de outros continentes. Sabemos do que fazem com crianças quando elas nascem, em alguns países, sabemos e nos posicionamos sobre isso. Lutamos por elas e já conseguimos muitas coisas, conseguimos resgatar pessoas que fugiam do país que lhes matava, que lhes roubava, que lhes tiranizava. Conseguimos dar voz e proteger mulheres de outros continentes de atitudes covardes de suas famílias, de seus costumes violentos. E então, alguns dirão: isso é da cultura deles, não podemos nos intrometer. Não, não, isso é violência mesmo. Porque muitas pessoas dessa cultura já não aguentam mais viver inseridas nela, muitas pessoas querem fugir dessa loucura toda, desse sadismo todo.

Leila Ferreira no livro A questão ambiental: sustentabilidade e políticas públicas no Brasil, apresenta que não há mais espaço para ilhas culturais e econômicas dada a rede de inter-relações entre países de todo o mundo, não se pode mais pensar em políticas públicas voltadas inteiramente para um país haja vista que os países do mundo são especificidades a formar um todo.

Mas...eu não estou aqui para falar da revolução técnico-científica-informacional.

Eu, nesse texto, quero apresentar uma das minhas muitas propostas de intervenção para ajudar todas as minhas irmãs espalhadas pelas Américas, Europa, África, Ásia e Oceania. E qual é essa proposta de intervenção? Artes marciais para um resultado a curto prazo e Educação para um resultado a médio e longo prazo. 

Eu sei, eu sei, você está gargalhando agora né? Já era esperado que você risse, a cultura machista te ensinou a menosprezar as artes marciais porque elas são uma ótima arma para defesa pessoal. Você, se for mulher, consegue imaginar o quanto de pessoas, o quanto de homens que adoram o fato de você não conseguir se proteger?

Se você que me ler for um pai de menina, jamais quererá que essas coisas abomináveis aconteçam com tua amada filha. Então pai, ajude sua filha a saber se defender. Matricule-a em uma academia de artes marciais, pode acreditar, isso será mais útil do que encher o quarto dela de bonecas. As bonecas não formarão um esquadrão e a protegerá quando ela precisar. Não estou dizendo para não comprar bonecas para ela, mas que também se preocupe, acima de tudo, pelo desabrochar da autonomia e defesa pessoal de sua filha.

Se você que me ler, for uma mulher, eu te digo: minha irmã, eles tentarão de tudo, eles colocarão na tua cabeça que você não tem jeito para isso, que você é delicada demais, que você é fofinha demais. E você vai deixar de ser uma pessoa gentil só porque sabe se defender? É justamente isso, eles não querem que você saiba se defender, porque eles mesmos querem te machucar. A cultura que mata mulheres só porque são mulheres quer justamente isso: que você não saiba se defender, que você apenas brinque de bonecas e seja uma pessoa apática e reativa. Mas eu te digo: empodere-se e seja proativa. Essa frase: empodere-se, também pode ser dita assim: aprende uma arte marcial. As sufragistas aprenderam a arte marcial jiu-jitsu para se protegerem das violências que sofriam nas ruas, quando estavam lutando para que as mulheres inglesas tiverem direito ao sufrágio (voto).

Garota, empoderamento, emancipação e autonomia, é você saber usar seu corpo e sua mente como uma arma. Ou você acha que em alguma situação de perigo, serão os teus argumentos contra o patriarcado, que irão te salvar? Não, mas as técnicas que você aprendeu sim. As artes marciais são cruciais para o processo de empoderamento feminino. Educação feminista de homens e mulheres é imprescindível mas seus resultados são a médio e longo prazo. Precisamos das artes marciais pois seus resultados são a curto prazo. Por isso, eu te digo mais uma vez: empodere-se.

O sistema/matrix é estratégico: não deixa as mulheres desenvolverem sua força interior, seja física ou psicológica justamente para que fiquem vulneráveis às violências sexistas, como o estupro. Porque estupro não é sobre sexo, é sobre poder, sobre dominar as mulheres e impactar suas vidas. A matrix afasta as mulheres das artes marciais usando a carta da "feminilidade". Como se você, mulher, deixasse de ser feminina por saber se defender e se proteger.

E saibam de uma coisa: muitas mulheres que rejeitam a feminilidade assim o fazem justamente por causa dos olhares obscenos na rua, no trabalho, no transporte coletivo... É por causa dessa visão PORNIFICADA que molda a forma como homens veem e tratam as mulheres.

Outrossim, a criação da ideia de que mulheres são o sexo frágil, serviu e tem servido para tirar a HUMANIDADE das mulheres. Transformá-las em objetos, em "coisas" descartáveis. Entenda: corpos HUMANOS são frágeis e fortes ao mesmo tempo. Não importa se é homem, não importa se é mulher. TODOS OS CORPOS HUMANOS TEM SUAS FRAGILIDADES E POTENCIALIDADES.

O sistema patriarcal tentará de tudo para te afastar das artes marciais. Dirão que você é meiga, que não tem jeito para isso. Mas você vai deixar de ser meiga só por saber se defender?

A arte marcial é estilo de vida, é saúde, e principalmente, no caso das mulheres, é a diferença da vida e da morte. É a defesa contra um feminicídio. Uma técnica bem executada te defende e te livra de uma tentativa de violência sexual.

Educação feminista para evitar a formação de novos abusadores. Mas precisamos proteger meninas e mulheres de abusadores que já existem e não querem mudar.


Empodere-se através da arte marcial.

Riddikulus?

Riddikulus.

Antes de nos despedirmos, deixo para vocês uma declaração de Vin Diesel para a agência norte-americana WENN

“Por causa da tia Ronda Rousey, ela é agora uma faixa-laranja no judô. Estou tratando disso cedo. Estou criando uma fera, e quero que ela seja capaz de dizer que não significa não. Desde cedo, tomei a decisão de que faria tudo ao meu alcance para que minha filha soubesse se virar sozinha” (Vin Diesel)


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Vamos conscientizar mais pessoas para fazermos um mundo melhor.


Amor vincit omnia!

T.V






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